Por que larguei minha profissão e fui pra roça plantar

Depois de quatro longos anos estudando comunicação e também trabalhando na área, finalmente me formei em jornalismo. Tive excelentes professores e colegas de trabalho, mas nada e nem ninguém despertou o amor que vim a descobrir pelo plantio de alimentos e por hortas, coisa que nunca realmente tive pela profissão que escolhi aos 19 anos.

“Cifarelli”, meu último sobrenome do qual tenho muito orgulho, significa ‘ceifador’. Minha família é descendente direta de colonos italianos, escravizados durante as grandes colheitas de café do início do século passado. Com certeza também ficariam orgulhosos em saber que alguém seguiu a profissão, mesmo que agora na cidade.

Aos 23 anos me joguei nas roças da minha cidade natal, Atibaia (SP), por mais de um ano e, graças a dois amigos, descobri minha vocação: ser agricultor. Fiz hortas em albergues, sítios, chácaras, escolas estaduais e descobri que levava jeito pra coisa. Foi aí que conheci as hortas convencionais de onde nossa comida vem. É assustador ver a quantidade de veneno que usam.

Não aceito que digam que é impossível cultivar alimentos sem o uso de veneno – meu trabalho é a prova disso. Tomei como missão levar às pessoas essa possibilidade de começar, de dentro pra fora (da cidade pro campo), uma revolução na alimentação. Pode parecer ingênuo e utópico, mas não é. Segundo estudo da a Worldwatch Institute (WWI), instituto de pesquisa sobre questões ambientais, publicado em 2011, hortas urbanas já produzem de 15 a 20% de alimentos no mundo.

Já em São Paulo, no começo do ano de 2016, vim pronto pra iniciar minha carreira de agricultor urbano. Trabalhei em um escritório de assessoria de imprensa só o tempo suficiente pra estruturar e oferecer o serviço de consultoria e jardinagem de hortas urbanas para restaurantes e chefs de cozinha – público que entende bem a necessidade de ingredientes frescos e sem agrotóxicos, sendo meus maiores apoiadores até então.

Substituir a jardinagem improdutiva por hortas urbanas e ensinar técnicas de plantio a todos que se interessem. Erradicar os agrotóxicos e revolucionar a alimentação. Essa é a missão da Flor de Quiabo Jardinagem Comestível.

3 princípios básicos pra ter uma horta urbana produtiva ›

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